sexta-feira, 3 de outubro de 2014

"Nós também somos do mato como o pato e o leão"

Na nossa Casa não falta música. 
Em alguns momentos ouvimos uma vozinha, cantarolando em portunhol, músicas brasileiras que falam de pato, casa, sabiá, pintinho e outras alegrias do universo infantil. Em outros momentos colocamos um cd para tocar e saias para girar. 
Quando a alegria fica incontrolável aproveitamos para aumentar o volume e começamos a pular do sofá no chão, em cima das almofadas e em cima uns dos outros. 
Na hora de relaxar jogamos as almofadas no chão e cantamos "brancas, azuis, amarelas e pretas brilham na luz, as belas borboletas, borboletas..." 
E os livros que tem som?! Alegria garantida. 
Os sons em nossa casa geram movimento.


Observamos a relação de prazer que as crianças demonstravam em contato com o universo musical e  consideramos importante valorizar isso. Assim, convidamos 
Agustin Kammerath para ser nosso guia nesse caminho e fazemos encontros quinzenais onde as crianças se aproximam dos instrumentos, se concentram, dançam, cantam e aprendem a celebrar a música juntos.
Uma beleza!


A cada encontro percebemos a expectativa e o interesse aumentarem. No início competiam pela atenção do Agustin e  pelos instrumentos, agora já sabem como vai ser a dinâmica e aproveitam as canções e brincadeiras. 


Nosso desafio é trazer músicas além das temáticas infantis, mas também relacionadas a cultura popular das três nacionalidades presentes em nosso espaço: colombiana, argentina e brasileira (mistura boa essa!)
 Aos poucos vamos construindo com Agustin nosso enredo. 
Hoje teve Refazenda de Gilberto Gil, onde as crianças ficaram repetindo "nós também somos do mato como pato e o leão" e abrindo a boca imitando o leão rugir. Tivemos também "Manuelita" novidade do repertório argentino-colombiano.
Seguimos a nossa pesquisa e nossa alegria. Obrigada Agustin!


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Esconderijo, avião, correria, tambor, gritaria, jardim, confusão


Aqui nós brincamos até cansar. Até os adultos cansarem, porque as crianças....raramente se cansam.

Desde o início de nosso planejamento um tema que sempre foi muito considerado por nós foram as atividades que as crianças teriam. Nossa busca foi na direção de envolvê-los nessa fase brincante que a infância solicita urgentemente o tempo todo: brincar por brincar. A brincadeira espontânea, leve e imaginativa sem obrigações ou metas.

Combinamos que cada pai/mãe do dia iria pensar numa proposta de atividade e apresentar para as crianças. Tivemos um primeiro momento de apresentar as atividades, depois apresentamos materiais e deixamos que eles indicassem a dinâmica e também tivemos alguns momentos de não propor ou apresentar nada, mas deixá-los buscar dentro da organização do espaço o que lhes interessava. Considero que atualmente estamos fazendo de tudo um pouco, pois vamos nos escutando, escutando as crianças e vendo o que é mais importante no momento.
Compartilhamos aqui algumas das brincadeiras que fazemos quando estamos em casa:

Para os dias quentes temos muita água rolando. Banhos no tanque, banhos de mangueira, de balde, de piscina, de bacia, de chuveirinho e o que mais elas inventarem.

Com as caixas de papelão elas se divertem entrando e saindo, imaginando que é um barco, se escondendo do amigo, balançando, arrastando e principalmente rindo muito. Com as caixas coloridas e com o castelo de papelão brincam de bater na "porta" para visitar o amigo e levar uma comidinha de presente.

Fazem comidinha de papel marche e “cozinham” no fogão de papelão lindo! Assim que algum deles resolve brincar todos querem no mesmo momento, isso significa que temos muitas brigas na disputa de uma boca do fogão.

Música e dança: muito, muito, muito! Dança com cantigas de roda, ritmos latinos (“cumbia” usando saias compridas), jongo, cd Arca de noé e aula de música com Agustin.

Muita arte com colagem de papel, tecido, bichinhos desenhados, purpurina, folhas. Desenhos com lápis de cor, giz de cera e giz de quadro negro.  As superfícies são as mesmas para as tintas (que todos amam!). Qualquer variação tá valendo:  tecido, parede, chão, o seu próprio corpo, o corpo do outro, papel, ovos, etc.

  
Para agitar (como se fosse necessário)  criamos alguns circuitos com cordas penduradas, barras, túnel e barracas; com rampas, rolos e madeiras e com estradas desenhadas no chão com fita crepe ou giz.


Continuando a agitação: descobriram a corrida. Muita corrida espontânea, muita corrida imitando bichos e monstros e usando diferente ritmos. Já gostam de correr em volta da casa pra pegar um coleguinha e dar mil gritinhos.

 Adoram historias, sejam contadas, no livro, no teatro de dedoches ou com bonecos. Fizemos um teatro de sombras, mas ficou tão mágico que eles não queriam saber da história, queriam entender como era feito.

Já tivemos também piscina de bolinhas, malabares, bolinhas passando em túneis, carrinhos descendo em rampas, bambolês girando durante se-ma-nas, fitas coloridas girando em volta do corpo, balões coloridos e gigantes, fantasias com asas, arcos, óculos, saias e chapéus.

Fizemos uma “cama de gato” com elásticos que ficou instalada alguns dias a pedido das crianças deixando a área intransitável para os adultos…


 Temos também brincadeiras “sérias” onde utilizamos objetos de cozinhas e alguns alimentos para eles manipularem e sentirem suas texturas e formas. Aproveitando o cenário fazemos pão integral que já fica pro lanche. Fizemos experiência de plantar feijões no algodão e acompanhar o crescimento de cada um.



No espaço maior brincamos de amarelinha,  experimentamos pipas e também bolas de sabão gigantes (consequentemente, mergulhos no balde com água e sabão).

Enfim… as brincadeiras são essas, mas as crianças dão mais complexidade a elas e inventam variações a cada dia. E nós seguimos observando e apoiando seus desejos. E claro, terminamos o dias exaustos. Todos!


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Você tem fome de quê? (As comidinhas que rolam por aqui...)

Nosso combinado é de que o lanche de cada dia é de responsabilidade de cada pai/mãe da vez. Formamos um grupo bem coeso neste sentido e nossos lanches são quase sempre produções próprias, geralmente sem açúcar, conservantes ou outros venenos que estão na mesa!

O cardápio é variado... tanto pelo fato de termos no nosso coletivo famílias de nacionalidades diversas quanto pelo potencial de cada um na cozinha.





O "chef" Gabriel, pai da Poli, é responsável por pratos mais ousados, Marta, mãe do Raul, também se empolga, já nós, pais da Manuela, com dotes culinários bem restritos, normalmente oferecemos pipoca, banana passa, pão de queijo... o importante é não decepcionar os apetites vorazes que se manifestam lá pelas 4 da tarde!




Algumas vezes os lanches são produzidos por eles mesmos e apreciados logo que saem do forno!
Já passaram por nossa mesa iguarias como: sancocho de pollo, cuscuz de milho, pão integral com ervas, mingau de frutas, tapioca com mel, arepa, aipim, milho cozido, açaí com granola, causa, panquecas, bolinho de abobrinha, bolo de cacau, quibe e tantas outras... 
Além da cesta de frutas variadas sempre disponível para os pequenos fazerem uma boquinha a qualquer momento! 





sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Passeios

Vamos falar um pouquinho de nossos passeios pela cidade, já que nosso espaço físico está longe de ser o ideal e por isso gera algumas limitações. Uma delas é o contato com a natureza, pois a área externa que temos não tem árvores, terra ou areia. Por isso temos uma rotina de saídas para passeio e exploração da natureza pelo menos duas vezes por semana.

No Jardim do Museu da República temos a oportunidade de brincar com areia, de ter contato com outras crianças, de subir e descer de escorrega, túneis, escadinhas, balanços e também de brincar com os patos, marrecos, pássaros e outros bichos que tem por lá. Muitas árvores enormes, vento, sombra, laguinhos, pontes, enfim... uma imensidão para nossos pequenos exploradores. Eles sempre se divertem muito. Encontramos conhecidos, fazemos amigos que lancham conosco, marcamos encontros com outras crianças. Lá é o quintal dos sonhos.

Temos uma sorte grande de também contar com a proximidade do Jardim do Museu Benjamin Constant. Nesse espaço as crianças aproveitam pra fazer uma trilha e explorar o caminho com pedras, desníveis e muitas árvores. Geralmente se animam na busca de bichinhos como formigas, aranhas, minhocas, lagartos e borboletas. Tudo sempre com muitos gritinhos e músicas. Lá estamos em casa, conhecemos os funcionários e a turminha tem sempre assunto pra conversar com eles. Claro que a maioria não entende muito aquele alvoroço e as palavras trocadas, mas a alegria tem canal direto. Um privilégio poder caminhar e ouvir os pássaros, ver a cidade lá embaixo, sentar no mirante embaixo da pitangueira e brincar de contar os mil buraquinhos de formigueiros. E o luxo total é poder brincar com água em uma bica que tem lá. Hum... 

Outro recanto delicioso é a Pracinha da Rua Aurea. Lá geralmente vamos quando temos mais adultos pra cuidar dos pequenos, pois é uma área muito aberta e próxima da rua. Uma pracinha com brinquedos para as crianças, com rampas, árvores e aparelhos de ginástica (que são tentadores para os pequenos). Lá também encontramos muitos amigos do bairro, mães que querem conhecer nossa iniciativa e podemos compartilhar brincadeiras com as crianças que estão retornando de suas escolas/creches no final da tarde.

Além desses locais as crianças também curtem ir ao Centro Cultural Laurinda Santos Lobo. Lá tem um bonde que elas podem entrar, subir, descer e brincar de pequenos condutores.

O Parque das Ruínas também é uma alternativa para os dias quentes, pois lá venta muito e tem uma vista maravilhosa para o Pão de Açúcar. As crianças podem brincar em um tablado que fica montado, além da casinha de madeira e de uma "parede" de escalar.

Para os dias de chuva nossa alternativa é a Biblioteca Parque Estadual. Uma árvore de livros, brinquedos de madeira, estantes coloridas, pufs deliciosos além de muito giz de cera e lápis de cor. Lá também tem uma parede onde podemos desenhar com giz e onde já surgiram desenhos incríveis. O espaço é muito amplo e as crianças correm, correm, correm.

Muito bom poder contar com espaços aberto ao público onde podemos entrar em contato com a natureza e com outras pessoas. Claro que nem sempre é fácil ir até esses locais, pois sempre contamos com alguma aventura que não estava nos planos, mas no final sempre dá tudo certo e as crianças ficam muito felizes.

Esses são os locais que sempre vamos, mas ainda existem outros espaços externos e eventos que os pequenos participam felizes! Mas isso é assunto pra outra postagem, no intervalo entre uma organização de mochilas e carrinhos. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Nossos pães

As crianças adoram brincar com farinha! A textura, a possibilidade de misturar com água, de passar por peneira, colocar em potes e de sentir passar por entre os dedos as levam para um momento de concentração. Aproveitando isso fizemos nosso pão integral para o lanche, recheado, ou melhor, decorado com tâmaras. A parte de sovar a massa é uma delícia porque eles aproveitam pra bater, jogar com força na mesa e ficar observando as inúmeras formas que podem construir, como podemos ver nos pães que estão no tabuleiro redondo. Tudo incrível, mas o mais legal mesmo é ver a alegria deles de comer um pão quentinho feito por eles com um pouquinho de mel.... hum...